Salão de Milão: Um local de encontro privilegiado que combina história e modernidade
Salão de Milão: Aconteceu no último mês de junho em Milão o Salone de mobile, um local de encontro privilegiado. Simultaneamente combina história e modernidade com uma visão ampla sobre as tendências e o futuro do setor mobiliário de luxo.
A 60ª edição – que registou 2.175 marcas expositoras, das quais 27% estrangeiras, incluindo 600 jovens designers, e 262.608 de 173 países.
Milão é sempre uma ponte entre diferentes culturas, um verdadeiro intercâmbio cultural, um momento de encontro e reflexão entre todos os profissionais do setor.
O processo de produção é feito e realizado exclusivamente na Itália e é altamente especializado. A marcenaria italiana se mantém tradicionalmente como alto padrão e ditadora de tendências, pois alia design, tecnologia e criatividade em produtos personalizáveis.
A elegância como soma de prazer e valor
Apesar de termos ficado 2 anos sem feira por conta da pandemia do coronavírus, isso não foi desculpa para “parar” a inovação do setor. Que dessa forma acelerou sua evolução no quesito design e mobiliário e pudemos perceber isso nessa última edição.
Percebemos que o olhar se volta totalmente para a casa, essa que “não parou” e se reinventou e ganhou novos olhares e propósitos dentro do setor moveleiro. Ou seja, o grande desafio agora é tornar os espaços cada vez mais confortáveis, funcionais e interativos.
O resultado foram caminhos estéticos variados e democráticos que vão desde a fluidez do mobiliário que se apresentou diversas vezes em formas orgânicas, regressando ao clássico e buscando inspiração em elementos naturais.
O Salone del Mobile Milano marca então o retorno ao encontro de designers dos mais diversos contextos culturais. Também geográficos, à fisicalidade, à verificação dos resultados produzidos em 2 anos de digital.
As paletas também são variadas, embora a sedução de nuances naturais e suaves seja notável e os tons claros foram destaque. Os materiais respeitam e conversam com a natureza e o meio ambiente e a sustentabilidade norteou o evento como um todo.
Um ponto forte foi a recuperação de madeiras raras e sofisticadas e também o uso de plásticos reciclados ou novos compostos. O verdadeiro up cycling do mobiliário.
Os acabamentos
No Salão de Milão, os acabamentos são preciosos e precisos, os tecidos envolventes e dotados de um apelo ao toque. Os móveis de 2022 querem ser acariciados, com o olhar, mas sobretudo com as mãos. E, como nunca antes, convidam ao uso verdadeiro, real e não decorativo.
Percebemos que um dos caminhos mais seguidos nessa edição do evento foi a transversalidade do mobiliário, exemplos como o sofá Shaal de Doshi Levien. Estruturado e, ao mesmo tempo, abraça e envolve quem nele se senta, levando tato e aconchego a todos os lugares. Seu design é feito sob medida, macio, generoso, leve: adaptável a qualquer ambiente.
Nas tendências do mobiliário executivo vemos espaços pivotantes que se prestam a reuniões de equipe. Sempre inspirados no conforto do mundo residencial com mesas reguláveis em altura que realizam múltiplas funções, reforçando o conceito de hibridização de ambientes.
Design contemporâneo no Salão de Milão
Houve muita atenção do design contemporâneo alinhado à descoberta de técnicas. Além dos usos de elementos artesanais, e o grande desejo de misturar o artesanato em si com a indústria.
No Salão de Milão, o que valorizamos hoje é a qualidade dos materiais e a inteligência da mão de obra. Sendo assim, um bom exemplo disso foram os dois novos bancos da Coleção Ritzwell MO. Desenhados por Shinsaku Miyamoto e unidos pela estrutura de madeira e o assento que joga numa trama de couro fino.
Certamente o feito sob medida não é mais apenas uma tendência, mas um fato da vida no lar pós-covid. Dessa forma, mudanças de perspectivas, olhares, caminhos inesperados, novas oportunidades, um novo morar cheio de novas possibilidades no mobiliário.